
E teve o verão que o Alexandre foi comigo de carro até Vitória, grande Piccolo. Numa cidadezinha do Rio um sujeito veio puxar conversa e quando a gente disse que ia a Vitória ele disse “muito bom, cumê peeexe”, nunca esqueci esse “cumê peeexe”. Queria poder encontrar o cara e falar “lembra daquela?”. Logo que a gente apeou no prédio do meu pai apareceu uma baixinha peituda me chamando pelo nome. Só depois eu fui me lembrar da Brenda. Ela era só uma pirralha sardenta quando eu morava lá, e agora ela era uma supergostosa sardenta, cabeleira tirada ao ruivo, e super falante. Depois eu fui saber que era plena mania, é claro, então eu me dediquei a “ajudar” a moça, aproveitando para ter o melhor sexo da minha vida, mesmo que a um alto custo. O Alexandre voltou pra Campinas, a gente fez um intensivo indo até Guarapari, vendo uma aurora avermelhada espetacular e nadando no parque César Vinhas, reserva de restinga com mar e lagoas pretas, “de coca-cola”. Então um dia eu estava na sauna e interfonei pro apartamento da Brenda, ela pediu para ligar no celular e já saiu dizendo que estava dando para cinco e ontem tinha dado para três e por aí. A primeira vez que a gente transou, na mesma noite, eu fui com ela até Domingos Martins, ou Campinho como ela chamava, só pra parar numa beira de estrada e com cheiro de carniça. Eu meti nas tetas dela, firmes, túrgidas, e ela brincou: ninguém pensou nisso? Uma vez a gente foi até a associação do trabalho da mãe, onde eu tinha montado a bateria, e trepou muito. Ela me ensinou a trepar de pé, e oferecia o rosto pra ser esporrada. Isso é raro. Meus pais vieram preocupados perguntar se eu estava namorando a Brenda, que ela era abominável e tal, que saco. Por essa época o ex-Cabelo foi pra lá, e a gente ia meio que reeditar a viagem da Bahia. E ela tentou comer o Cabelo, também. Hoje eu penso que devia ao menos ter perguntado a ele. Ela me pedia pra dirigir e era multada falando no celular, deu uma pancada na roda que precisou de conserto… Em compensação a gente passava na frente do motel às dez da manhã e entrava, sem falar na praia, atrás de umas plantas, onde eu tive o orgasmo mais ruidoso da vida, e em público. Nunca mais soube da Brenda. Tá tenso, como ela diria. Eu poderia ter tido uma vida sexual mais intensa, mas poderia ter menos. Certamente eu fui muito banana no tempo da Unicamp, vários moles que eu deixei passar. A Daniela, irmã do Metelo Perturbado, gatíssima, meu irmão pediu que entregasse o diploma do Perturbas e ela disse que achava que ia encontrar o Leo-Irmão-do-Domingos e não o Leo-Leo. Se eu soubesse que era o Leo-Leo (que a mulherada da Alimentos comentava sobre mim)! Trouxa. Mas eu cheguei a conhecer mina na balada, trepar e nem lembrar o nome depois, embora não fosse o que mais me apetecia. E a pequena sílfide? Miudinha do olho de mel, ela disse que tinha namorado na terra dela e eu respeitava, né? Um dia eu saí pra mijar de uma das tantas festas no IFCH e de repente ela aparece e me toma pelo braço, me joga no carro e me leva pra casa. Foi a primeira vez que eu chupei uma buceta. Sério, nem a Karin nem a Thaís passavam perto de deixar. E era uma tão delicadinha… ela dizia “devagar, devagar”. Aí no fim, foi uma sacanagem sem penetração, como eu não me resolvi a parar e ir ao banheiro, o jato de porra acabou saindo de outra coisa, que embaraço. Miúda, acho que eu tenho uma queda por miúdas. Ou tinha, né? Hoje eu tô fora do esporte. No fim, é o mais prático. O sebo é atrás dessa igreja. Igreja não, basílica. Te cuida Sacré-Coeur. Só de pensar em todos os apaixonamentos idiotas. Depois do último eu me senti ridículo, passou bastante da idade disso. E os versos, o pior são os versos. A Aline quase me chamou de maníaco por mandar flores, se foder. É bem verdade que a mocinha da livraria você stalkeou mesmo. Moreninha, magrinha, sabia tudo de som, até Captain Beefheart ela conhecia, apaixonei. E teve a colega de trabalho, péssima ideia. Como era o nome? Nem o nome eu lembro, lembro que era Ferrari. Carla! Isso mesmo. Outra miúda. Pois nem ir atrás de puta eu não vou mais. Essa “remediaiada”, como dizia o Coroné em Marília, já detonou com minha libido. Quando eu tomava risperidona eu não gozava, na época da Lambisgoia, hoje eu tomo paliperidona, que é metabólito, e já faz uns anos. Na verdade, parar de tomar essa porra me pôs na última crise, que zoou minha vida tanto. Eu achei que o fascista lá de Brasília estava só agindo a paga do laboratório, tinha a pastinha de brinde e tudo. Acho que nisso ele tava certo, de bipolar você não tira remédio. E será que meu pau sobe quando for a hora? Com a Lilian não subiu, mas foi afoiteza dela, como ela era gordinha ela ficava desesperada pra ser desejada. Não dá pra chamar de broxada. Igual a Ângela, era um dia muito frio, e eu deprimido, sei que ela se deitou, puxou a coberta e não deixou nem eu beijar o corpo dela, tipo sobe aí papai e mamãe sem preliminares, não dá! Ainda veio tirar onda da minha cara. Seis e quinze, acho que… Putz, fechado. Bom, valeu tentar. Peraí, abriu a porta. Já tá fechando? O que você queria? Ah, olhar os discos. Fecha às seis. Pois é, eu imaginei, mas será que… Já sabe o que quer? Vou olhar só jazz, pode ser? Dez minutos. Nossa, você salvou meu dia, de verdade.
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