Hoje são dez de agosto de dois mil e dezoito e o mundo não acabou. Hoje uma moça do Greenpeace me abordou. Eu devia dizer me dá o green que eu fico em peace. Ou devia ter feito propaganda do Acaba Mundo quando disse que queria que o mundo acabasse logo. Ou devia ter pedido o telefone dela. Ainda se pede o telefone dos outros nestes dias? No Rio uma vez eu fiz o cadastro da Anistia Internacional só pra cantar a moça e não consegui nada. Paguei durante vários meses. Talvez foi essa trauma. Talvez foi o trauma do Médicos sem Fronteiras, que era de fato golpe. Mas não, lá fui eu pontificar sobre como nem mesmo toda a preocupação ambiental levada a sério por todos resolveria alguma coisa, como não adianta culpar a indústria se quem consome os produtos somos nós, e mais um tanto de baboseira. Quem sabe eu não devesse assumir que o Greenpeace é uma tremenda conspiração comunista globalista e ver no que dava. Eu não sei qual é a deles na verdade, mas me parecem aquele tipo de contestação que o capitalismo adora. Afinal, tudo vai bem, o que precisa resolver é que os japoneses seguem caçando baleia. Tá bom. Caramba. Ela tinha um cabelo cacheado, vermelho. E ainda comentou sobre a camiseta do Klimt! Trouxa. Acaba Mundo! Acaba Greenpeace! Acaba eu!
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